RELIGIÃO
Deputados
dinamarqueses querem abordar charges de Maomé nas escolas[1]
PUBLICADO
EM 06/03/15 - 17h04
AFP
Dois partidos da oposição dinamarquesa
pediram nesta sexta-feira às escolas que incluam em seus programas o
tema das controversas charges do profeta Maomé, que provocaram
violentos protestos em alguns países muçulmanos e atentados em Paris e
Copenhague.
"A
crise das charges, as mortes da Charlie Hebdo e seu último ataque terrorista em
Copenhague em 14 de fevereiro são uma parte tão importante da história que
deveriam ter um espaço permanente no currículo escolar", escreveu a
porta-voz do Partido Popular dinamarquês (conservador), Mai Mercado, no jornal
Jyllands-Posten.
Em
janeiro, um grupo de extremistas religiosos atacou a redação da revista Charlie
Hebdo, após a publicação de uma charge
Este
jornal recebeu ameaças de morte depois de ter publicado 12 desenhos satíricos
do profeta Maomé em 2005, que também provocaram protestos no mundo islâmico.
Cinco
desenhistas do semanário satírico francês Charlie Hebdo, que reeditou as
charges dinamarquesas e mais tarde publicou seus próprios desenhos de Maomé,
perderam a vida em um ataque jihadista em sua redação de Paris em janeiro deste
ano.
Mercado
afirmou que os professores deveriam ser livres para escolher se mostram ou não
os desenhos em sala de aula, mas o Partido do Povo
Dinamarquês (populista) declarou que mostrar os desenhos deveria ser
obrigatório nas escolas.
"Se
você vive na Dinamarca, deveria ser capaz de tolerar que os desenhos sejam
vistos", disse Alex Ahrendtsen, porta-voz do grupo, ao jornal Berlingske.
O
chefe do Sindicato de Professores da Dinamarca, Anders Bondo Christensen, disse
que cada professor deveria ser livre para decidir se fala ou não sobre os
desenhos e a melhor forma de abordar o tema.
Enquanto
o Partido Popular dinamarquês conta com 5,3% do apoio dos eleitores, segundo
uma pesquisa publicada no domingo, o Partido do Povo Dinamarquês, com o apoio
de 19,6% do eleitorado, é a terceira força da Dinamarca.
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