segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Ser professora: avaliar e ser avaliada


Texto comentado:

ESTEBAN, Maria Tereza. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: ESTEBAN, Maria Tereza (Org.). Escola, currículo e avaliação. 2. ed. São Paulo, Cortez, 2005, p.13-37.


           Avaliar faz parte do processo de ensino  e de aprendizagem. O fundamental é transformar a prática avaliativa em prática de aprendizagem. 










 “Avaliar, como tarefa docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades.” È uma tarefa que dá identidade à professora, normatiza sua ação, define etapas e procedimentos escolares, media relações, determina continuidades e rupturas, orienta a prática pedagógica. ”[...] pág. 14.
 Usar a razão no processo de avaliação e não se deixa envolver pela emoção visando sempre à qualidade do aprendizado.
[...] “A avaliação classificatória não proporciona espaços significativos para um diálogo profundo em que o processo e seus resultados possam ser compartilhados pelos sujeitos nele envolvidos.”pág. 14.
[...] “conjunto de praticas sociais que tomam o conhecimento como meio para manipular e dominar o mundo [...], atos que definem a qualidade.”.
 [...] “o sujeito que conhece precisa distanciar-se do objeto de conhecimento, produzindo uma distância empírica e uma distância no processo de avaliação [...]”pág. 15.
Quando não existe a intenção de melhorar a aprendizagem, proporcionando um retorno ao aluno pós-avaliação, com oportunidade de corrigir o que errou, o processo torna-se excludente, colocando o mesmo a margem da sociedade.
[...] “interpõem-se instrumentos e procedimentos – provas, testes arguições, exercícios, fichas, boletins – com a finalidade de aferir o conhecimento que o (a) estudante possui.” Pág.17.
[...] medir o conhecimento para classificar os (as) estudantes [“...] dinâmica que isola os sujeitos, dificulta o diálogo, reduz os espaços de solidariedade e de cooperação e estimula a competição.” [...] pág. 17 e 18.
O valor atribuído em uma avaliação não é sinônimo de aprendizagem, mais contribui para dois estremos: impulsiona o individuo para a aprendizagem ou rotula o mesmo como incapaz, fomenta a aversão ao estudo, fragiliza, põe o individuo a margem da sociedade.
[...] “A avaliação, assim considerada, não se refere à aprendizagem e ao ensino como processos interativos e intersubjetivos, mas sim ao rendimento como resultado verificável (Barriga, 2001), que pode ser medido, nomeado, classificado e hierarquizado.”[...] pág. 18.
[...] “A professora é apresentada como o sujeito que atua sobre os alunos e alunas transformados em objetos de conhecimento no processo avaliativo.” [...] pág. 19.
“Ainda que as relações sejam verticalizadas [...] no cotidiano há interpenetrações e as fronteiras mostram-se lugares de trânsito por espaços discursivos transitoriamente definidos.” Pág. 20.
[...] “A professora avalia, processo em que expõe resultados que classificam os sujeitos, definindo sua integração, exclusão ou tentativa de recuperação”. Simultaneamente, essa avaliação permite verificar o rendimento da professora.
[...] “Ao avaliar também é avaliada.” Pág. 20 e 21.
[...] “A relação intersubjetiva baseada na classificação propõe transformar o outro em objeto.” Pág. 21.
A avaliação é de fato uma via de mão dupla no que se refere a alunos e professores, quando há bastante reprovação em uma dada disciplina o professor também sofre as consequências sendo rotulado, de ter didática ruim, às vezes é verdade, mais difícil é ambos declararem suas limitações e procurar soluciona-las, acha-se mais fácil rotular o outro.
[...]” o processo escolar de avaliação se tece. Teia que liga estudantes, professoras, família [...] e tantos outros elementos quantos possam estar relacionados ao cotidiano escolar.” Pág. 22.
Por isso é complexo a mudança de mentalidade no que se refere à avaliação, mais não é impossível.
[...] avaliando e sendo avaliada, a professora vai aprendendo duas lições contraditórias: é preciso classificar para ensinar; e classificar não ajuda a ensinar melhor, tampouco a aprender mais- classificar produz exclusão e para ensinar é indispensável incluir. ”[...] pág. 23.
É necessário que se tenha atitude, ou seja, dentre as formas de avaliação escolher a que mais oportunize o aprendizado.
“Muitas são as mudanças [...] nova possibilidade de análise da aprendizagem e da avaliação dos alunos e alunas como sujeito que aprendem, porém a classificação ainda articula todo o processo.” Pág. 28.
[...] "A avaliação qualitativa, apresentando novos horizontes, traz desafios que podemos enfrentar vinculando nossa discussão ao movimento em que se tece o conhecimento emancipação.” Pág. 29.
É necessário um esforço conjunto, de todos os envolvidos no processo aprendizadoensino para formar um novo paradigma, que estimule o aprendizado e o processo cognitivo.
[...]” avaliação como uma prática de investigação, como uma possibilidade de distanciamento da avaliação classificatória “[...] pág. 30.
[...]” conjunto de práticas escolares e sociais que enfatiza a produção do conhecimento como processo realizado por seres humanos em interação “[...] "A avaliação realiza-se com a compreensão de que o ato do conhecimento e o produto do conhecimento são inseparáveis.”pág. 30 e 31.
O intuito deve ser o de estimular o sujeito a aprender a aprender, e não mensurar o conhecimento com a inequívoca intenção de excluir.
[...]” a intenção [...] melhor compreender e interagir. ”pág. 32.
[...] “avaliar é indagar e indagar-se num processo compartilhado, coletivo em que todos se aventuram ao conhecimento buscando o autoconhecimento [...] a interação sujeito-sujeito é indispensável e insubstituível.” Pag. 34.
Estimular a troca de saberes, fazendo com que o aluno torne-se um sujeito critico.
[...] “a avaliação pretende promover uma reflexão que participe da experiência de ensinar com e de aprender com, tecida coletivamente na sala de aula [...] nos tantos outros lugares [...] para realizarem junto um trabalho que visa à ampliação permanente dos conhecimentos.”pag. 35.
Agora é só por em prática os novos saberes.





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