Texto comentado:
ESTEBAN, Maria Tereza. Ser professora: avaliar e ser avaliada. In: ESTEBAN, Maria Tereza (Org.). Escola, currículo e avaliação. 2. ed. São Paulo, Cortez, 2005, p.13-37.
Avaliar faz parte do processo de ensino e de aprendizagem. O fundamental é transformar a prática avaliativa em prática de aprendizagem.
“Avaliar, como tarefa docente, mobiliza corações e mentes, afeto e razão, desejos e possibilidades.” È uma tarefa que dá identidade à professora, normatiza sua ação, define etapas e procedimentos escolares, media relações, determina continuidades e rupturas, orienta a prática pedagógica. ”[...] pág. 14.
Usar a razão no processo de avaliação e não se
deixa envolver pela emoção visando sempre à qualidade do aprendizado.
[...]
“A avaliação classificatória não proporciona espaços significativos para um diálogo
profundo em que o processo e seus resultados possam ser compartilhados pelos
sujeitos nele envolvidos.”pág. 14.
[...]
“conjunto de praticas sociais que tomam o conhecimento como meio para manipular
e dominar o mundo [...], atos que definem a qualidade.”.
[...] “o sujeito que conhece precisa
distanciar-se do objeto de conhecimento, produzindo uma distância empírica e
uma distância no processo de avaliação [...]”pág. 15.
Quando
não existe a intenção de melhorar a aprendizagem, proporcionando um retorno ao
aluno pós-avaliação, com oportunidade de corrigir o que errou, o processo
torna-se excludente, colocando o mesmo a margem da sociedade.
[...]
“interpõem-se instrumentos e procedimentos – provas, testes arguições,
exercícios, fichas, boletins – com a finalidade de aferir o conhecimento que o
(a) estudante possui.” Pág.17.
[...]
medir o conhecimento para classificar os (as) estudantes [“...] dinâmica que
isola os sujeitos, dificulta o diálogo, reduz os espaços de solidariedade e de
cooperação e estimula a competição.” [...] pág. 17 e 18.
O
valor atribuído em uma avaliação não é sinônimo de aprendizagem, mais contribui
para dois estremos: impulsiona o individuo para a aprendizagem ou rotula o
mesmo como incapaz, fomenta a aversão ao estudo, fragiliza, põe o individuo a
margem da sociedade.
[...]
“A avaliação, assim considerada, não se refere à aprendizagem e ao ensino como
processos interativos e intersubjetivos, mas sim ao rendimento como resultado
verificável (Barriga, 2001), que pode ser medido, nomeado, classificado e
hierarquizado.”[...] pág. 18.
[...]
“A professora é apresentada como o sujeito que atua sobre os alunos e alunas
transformados em objetos de conhecimento no processo avaliativo.” [...] pág.
19.
“Ainda
que as relações sejam verticalizadas [...] no cotidiano há interpenetrações e
as fronteiras mostram-se lugares de trânsito por espaços discursivos
transitoriamente definidos.” Pág. 20.
[...]
“A professora avalia, processo em que expõe resultados que classificam os
sujeitos, definindo sua integração, exclusão ou tentativa de recuperação”.
Simultaneamente, essa avaliação permite verificar o rendimento da professora.
[...]
“Ao avaliar também é avaliada.” Pág. 20 e 21.
[...]
“A relação intersubjetiva baseada na classificação propõe transformar o outro em objeto.” Pág. 21.
A
avaliação é de fato uma via de mão dupla no que se refere a alunos e
professores, quando há bastante reprovação em uma dada disciplina o professor também
sofre as consequências sendo rotulado, de ter didática ruim, às vezes é
verdade, mais difícil é ambos declararem suas limitações e procurar soluciona-las,
acha-se mais fácil rotular o outro.
[...]”
o processo escolar de avaliação se tece. Teia que liga estudantes, professoras,
família [...] e tantos outros elementos quantos possam estar relacionados ao
cotidiano escolar.” Pág. 22.
Por
isso é complexo a mudança de mentalidade no que se refere à avaliação, mais não
é impossível.
[...]
avaliando e sendo avaliada, a professora vai aprendendo duas lições
contraditórias: é preciso classificar para ensinar; e classificar não ajuda a
ensinar melhor, tampouco a aprender mais- classificar produz exclusão e para
ensinar é indispensável incluir. ”[...] pág. 23.
É
necessário que se tenha atitude, ou seja, dentre as formas de avaliação
escolher a que mais oportunize o aprendizado.
“Muitas
são as mudanças [...] nova possibilidade de análise da aprendizagem e da
avaliação dos alunos e alunas como sujeito que aprendem, porém a classificação
ainda articula todo o processo.” Pág. 28.
[...]
"A avaliação qualitativa, apresentando novos horizontes, traz desafios que
podemos enfrentar vinculando nossa discussão ao movimento em que se tece o
conhecimento emancipação.” Pág. 29.
É
necessário um esforço conjunto, de todos os envolvidos no processo aprendizadoensino
para formar um novo paradigma, que estimule o aprendizado e o processo
cognitivo.
[...]”
avaliação como uma prática de investigação, como uma possibilidade de distanciamento
da avaliação classificatória “[...] pág. 30.
[...]”
conjunto de práticas escolares e sociais que enfatiza a produção do
conhecimento como processo realizado por seres humanos em interação “[...] "A
avaliação realiza-se com a compreensão de que o ato do conhecimento e o produto
do conhecimento são inseparáveis.”pág. 30 e 31.
O
intuito deve ser o de estimular o sujeito a aprender a aprender, e não mensurar
o conhecimento com a inequívoca intenção de excluir.
[...]”
a intenção [...] melhor compreender e interagir. ”pág. 32.
[...]
“avaliar é indagar e indagar-se num processo compartilhado, coletivo em que
todos se aventuram ao conhecimento buscando o autoconhecimento [...] a
interação sujeito-sujeito é indispensável e insubstituível.” Pag. 34.
Estimular
a troca de saberes, fazendo com que o aluno torne-se um sujeito critico.
[...]
“a avaliação pretende promover uma reflexão que participe da experiência de
ensinar com e de aprender com, tecida coletivamente na sala de aula [...] nos tantos
outros lugares [...] para realizarem junto um trabalho que visa à ampliação
permanente dos conhecimentos.”pag. 35.
Agora
é só por em prática os novos saberes.
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